Capítulo 2 — Cura da Noite

O Sol se abaixava deixando sua luz brilhante e alegre do dia esvaecer-se perante a Terra. Seus brilhos ficavam fracos, a cada vez que sumia. O som das águas batia contra as beiradas perante ao início do solo, juntamente das diversas flores recém-plantadas entre as gramas e folhagens. Illumise's e Volbeat's voavam entre as árvores, assim como Caterpie's formavam seus casulos para enfim, conseguir tornar Metapod's. 

A Noite chegava, o silêncio não permanecia por conta dos lindos sons que os Pokémon's faziam. Era bem difícil distinguir os diversos tipos de Pokémon que ali permaneciam. As águas cristalinas do Lake Verity faziam seus sons e movimentos em onda, indicando que ainda estava fazendo seus movimentos por conta do vento. 

O primeiro do grupo a tomar a grande decisão de retirada foi o Barry. Se levantando perante ao gramado recheado de flores, soltou um suspiro de cansaço. Estava aliviado de ter passado um momento tão especial como aquele, afinal, considerava como se fora um dos últimos pôr do sol que veria no Lake Verity. Após se alongar, resolveu falar:

— Então foi isso. Estou indo para minha casa, amanhã tenho um longo dia a ser iniciado!

— Boa sorte em sua jornada. Tenho certeza que ainda vamos nos encontrar, Barry. — Respondeu Lucas, sorridente de animação.

Em seguida, os irmãos puderam observar Barry saindo alegremente seguindo em direção à Rota 201, para poder chegar em Twinleaf. Dawn deitou-se sobre a grama enquanto olhava para as estrelas sorridente, ao seu lado, o irmão observava-a confuso do motivo repentino de sua alegria.

— Ainda é difícil acreditar que começaremos uma nova aventura. Longe de nossa mãe, do nosso lar, e tudo que veio à acontecer desde que nascemos.

— Sempre soubemos que um dia isto iria acontecer, temos que cair na real. — Deitou-se ao lado de sua irmã também olhando as estrelas.

— Acha que nosso pai está nos vendo lá de cima? — Se questionou, Dawn.

— Com certeza. Ele deve estar orgulhoso de nós. Apenas queria ter conhecido-o pessoalmente... — Seu tom de voz parecia um pouco trêmulo por lembrar de seu pai. Sentira grande saudades dele, mesmo nunca podendo ter o conhecido.

— Não fique assim, irmão. — Tentou confortá-lo daquele momento crítico de tristeza.

Lucas suspirou. Não queria ficar abalado e preocupar ainda mais sua irmã "mais nova" nascida apenas alguns minutos depois. Em um único movimento, se levantou observando por uma última vez a noite. O mesmo estendeu sua mão ajudando Dawn a levantar-se do solo, onde estivera se acostumando naquela posição.

— Acho melhor irmos logo. Antes que cheguemos tarde demais em casa. — Alertou, aparentemente preocupado com as possíveis consequências, caso este ato fosse feito.

Concordando com a cabeça, Dawn seguiu o irmão em direção à Rota 201. Ambos os dois jovens evitavam se manter perante a grama alta com grande receio de aparecer algum Pokémon selvagem e raivoso. Não seria algo surpreendente, afinal, nunca se sabe o que pode haver em meio à tanto mistério no Mundo Pokémon.

Dawn e Lucas pararam no meio do caminho quando ouviram uma movimentação estranha em uma das gramas altas. Eles se entreolharam receosos em ver o que era. Antes mesmo que pudessem saciar sua curiosidade em primeiro lugar, o Pokémon se revelou: Bidoof. Um Pokémon comum de ver em regiões como aquela, porém, este estivera um pouco diferente do comum. Estava muito raivoso do que o normal.


Correndo rapidamente, Bidoof foi em direção aos gêmeos usando seu Tackle como forma de uma investida. Mesmo sendo um Pokémon pequeno, uma mordida daquele Pokémon traria grande estrago ao corpo humano. Os jovens apenas puderam fechar seus olhos pedindo que algo se solucionasse, e o quê puderam ouvir foi um som de um pássaro.

O Mesmo Starly que anteriormente ameaçou ao Lucas através da árvore rebateu em direção ao Bidoof com um ataque mais avançado no qual o castor usava: Quick Attack. O movimento fazia com que o Pokémon ficasse muito mais rápido que uma investida comum.


O Ataque acertou em cheio o pequeno castor que cambaleou para trás em um movimento de recuo. O mesmo estava um pouco tonto e ainda raivoso por conta de algo. Ele parece machucado, pensou Dawn. Sem nem racionar duas vezes, aproveitou da fraqueza do Bidoof jogando a Pokébola nela em tentativa de capturá-lo e assim poder cuidar dele.

A Pokébola acertou em cheio o Bidoof enfraquecido que logo entrou nela. Em movimentos de 3 balanços, o Pokémon foi capturado com sucesso deixando a Pokébola sobre o chão úmido e recheado de flores diversas. Com uma de suas delicadas mãos, Dawn pegou o objetivo na palma.


A Pokébola automaticamente diminuiu de tamanho dando para a garota guardá-la em um dos seus bolsos. Ela olhou para o Lucas um pouco angustiada. Queria chegar o mais rápido possível em casa para tratar da raiva do pequeno castor selvagem.

— Temos que ir, Lucas. Acho que nossa mãe pode ajudar à cuidar deste Bidoof. — Disse aflita com o que acontecera.

— Sim, estou indo! — Olhou para o Starly que permanecia no chão após o ataque. O impacto que havia dado tinha sido até forte demais para o jovem Pokémon.

— Você vem conosco, Starly? — Perguntou Lucas ao pássaro que permanecia em silêncio. Sem dizer nada, se estabeleceu no ombro do Treinador como forma de conforto para levá-lo até o destino da longa caminhada.

Com um leve sorriso, Lucas seguiu caminho com sua irmã até a sua residência. Chegando em Twinleaf, rapidamente seguiram em direção a sua casa. Por sorte, a porta raramente costumava ficar trancada e assim, puderam entrar com a maior rapidez no local. Surpreendida, Johanna foi perguntar o porquê da pressa de seus filhos.

— O que aconteceu?!

— Encontramos um Bidoof selvagem que parecia raivoso por conta de seu machucado. Eu acabei capturando-o e trazendo ele até aqui. Pode nos ajudar a cuidar dele?

A Mãe fez um sinal que sim com a cabeça. Seu Glameow ajudou ela à preparar uma boa almofada para estabelecer o Bidoof, enquanto isso, Lucas deixou Starly em um dos apoios seguros que tinham em sua casa. O pássaro apenas observava toda a cena esperando qual seria o resultado.

Após a preparação da Johanna na almofada, Dawn soltou o Bidoof de sua pokébola que logo se estabilizou no local aconchegante. A mãe observava o Pokémon aflita com o estado do castor, porém, tinha ótima solução em casa.

— Filho, pode pegar a Super Potion que está em uma das gavetas da cozinha?

— Claro! — Rapidamente, Lucas foi em direção a cozinha pegando uma das únicas Super Potion que havia no local entregando às mãos da mãe que deu as mãos de Dawn.

— Acho melhor você fazer isto, filha. É melhor para aprender logo à como cuidar de seus Pokémon. — Avisou a filha que acenou com a cabeça receosa de cometer algum erro grave. Lucas apenas observava em tentativa de aprender enquanto olhava o processo da irmã.

A Mesma usou o objeto espirrando um pouco nos locais que estavam machucados em Bidoof. O Pokémon gemeu levemente de dor. Dawn fez um leve carinho nele como sinal de conforto. Em seguida, pegou um dos curativos colocando em cada local dos machucados.

Terminando o tratamento de cura, Dawn deixou Bidoof descansar em um local da casa onde costumava ser bem calmo. Johanna vendo o imensa cansaço dos filhos por conta das preocupações, resolveu poupá-los de ainda mais confusão.

— Acho melhor irem para seus quartos. Ter uma boa noite é essencial para um descanso, ainda mais com o dia seguinte que terão.

— Tudo bem, mãe. Eu e a Dawn iremos descansar em nossos quartos, pode cuidar das nossas visitas? — Olhou discretamente para Starly e Bidoof. O castor continuava dormindo em forma do seu descanso em seus machucados, enquanto Starly permanecia atento não querendo se render ao sono.

— Claro! Não se preocupem, podem ir dormir.

Os gêmeos sorriram levemente enquanto subiam as escadas em direção ao segundo andar. Elas rangiam e ocultavam o sons das batidas dos pés mostrando que era obviamente oculta na parte interna. Dawn sorria mais ao lembrar do medo atual que o Lucas ainda tinha sobre as escadas. Costumava ser evidente, afinal, sempre estivera segurando tão firme e forte as paredes da casa.

Chegando ao quarto, Dawn se deitou em sua cama exausta soltando um suspiro de cansaço. Como a cama era uma beliche, Lucas teve que subir as escadas antes de fazer o mesmo. Ambos se embrulharam dos pés até os ombros.

— Nem acredito... Amanhã é o dia. — Murmurou para si mesmo.

— Temos que acreditar, mas acho que ambos de nós dois teremos que seguir rumos diferentes, Lucas. Pretendo seguir o mesmo caminho que a mamãe. Me tornar uma famosa apresentadora de Contest's.

— Ainda não sei o quê seguir... Talvez eu descubra com o tempo.

— Você consegue. Boa noite, Lucas. — Fechou seus olhos.

— Boa noite, Dawn. — Fez o mesmo, caindo em uma longa noite de sono.

E assim, com um novo destino pela frente, ambos dos gêmeos tomados pelos suas futuras animações em seus sonhos, esperavam pelo que poderia acontecer ao longo de sua imaginável jornada.






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