Capítulo 1 — Sonho Perante Ao Destino

Abrindo os olhos, o jovem de 14 anos se viu em uma ambiente diferente do seu habitual. Sobre seu entorno, estabeleciam-se pilares de quase 80 metros até o teto. Símbolos desconhecidos e completamente estranhos estavam por toda a parte local. Seria uma catacumba? Ou, talvez um antigo templo? Ainda confuso, o jovem resolveu seguir em frente com esperança de encontrar uma pista de onde estava. 

No momento, não havia nenhuma evidência de Pokémon locais, tornando ainda mais silencioso. Cada passo que o garoto dava, fazia um razoável barulho. Era quase impossível não manter o barulho, afinal, cada mínima coisa se tornava um tremendo estrondo. O Chão balançava bastante, o que de início parecia apenas uma impressão, se tornou quase como um terremoto. O garoto permanecia ainda mais confuso. Onde estive na noite passada para acabar aqui?, pensou confuso o mesmo.

Com o "terremoto" ficando ainda mais forte, o jovem percebeu que não era simplesmente aquilo. Se deparou com enormes Pokémon que lutavam entre si na parte mais larga do templo. Com pouco espaço e movimentos tão lentos, — por conta de sua altura — a única coisa que restava à eles era apenas soltar ataques extremos e investidas.

Os dois Pokémon eram completamente divinos. Um deles, tinha uma coloração azulada e de completa variação de cores entre seu corpo. Uma completa aquarela para quem fosse olhar de distância. Suas patas chegam ao chão com quase 20 metros de largura das suas pernas. Ele possuía um par de "chifres" em sua cabeça, de coloração acinzentada e por de trás disto, obtinha uma continuação de ambas as 2 colorações em azul. Seus olhos avermelhados transmitiam segurança e temor pelo o quê fazia, e por fim, se destacava um diamante no centro, — onde supostamente ficaria o coração do Pokémon.


Em seguida, o outro Pokémon seguia com uma outra linha de cores completamente diferente do anterior. As cores se resumiam em: Branco e um Roxo mais claro que o de costume. Seus olhos também transmitiam segurança e muito mais temor do que o anterior. Ao contrário do anterior, ele era Bípede, e não Quadrúpede como o outro. Sua interessante joia se localizava sobre seu ombro esquerdo.

Antes que o astuto jovem pudesse continuar vendo a vislumbrante luta de ambos os Pokémon lendários, ele começou a ouvir vozes em sua cabeça que pareciam chamá-lo. Doces e suaves vozes de uma mulher preocupada que continuava a chamá-lo.

— Lucas, acorde. Filho... — Antes que dissesse qualquer outras palavras, em um único movimento, Lucas acordou como um vulto batendo de cara com a parede áspera da casa próxima a sua cama.

— Ai... — Gemeu de dor, enquanto colocava a mão na testa que estava levemente vermelha por conta da batida.

— Filho?! Você está bem? Por que acordou assim? — A mãe sentou-se ao na beirada da cama colocando a mão nos ombros do filho. Sua afeição de preocupação no rosto era completamente evidente.

— Não foi nada, mãe. Apenas tive um sonho muito realista, queria saber se era verdade. — Tentou acalmar a mesma que logo soltou um longo suspiro de alívio.

— Que susto! Pensei que estivesse se machucado mais gravemente. Justo em um dia tão especial e único como esse. — Sorriu de lado, orgulhosa. Estava animada e ao mesmo tempo, triste em pensar que não veria seu filho por um longo período. Afinal, ele estaria começando uma jornada Pokémon.

— Não se preocupe. Vou aproveitar este dia ao máximo, prometo.

— Bom saber disso. Enfim, venha até o andar de baixo, sua irmã deve estar chegando logo. Ela parece bem feliz em começar esta jornada também, então, quero que cuide dela como irmão mais velho. — A mãe explicou com seriedade.

— Tudo bem, dona Johanna. Cuidarei bem da Dawn. Não tenho nenhuma culpa de ter começado a Escola Pokémon tarde demais para partir nesta idade. — Coçou a cabeça levemente envergonhado.

— Vamos tomar café da manhã. Depois, pode sair e explorar Twinleaf pela última vez em um bom tempo. Quando sua irmã chegar, amanhã vocês dois irão ao Laboratório do Professor Rowan.

Concordando com a cabeça em sinal de "sim", Lucas observou sua mãe saindo de seu quarto e descendo as escadas. Em seguida, tivera que fazer o mesmo, porém, com mais cuidado por conta do seu medo do que aconteceu da última vez. A queda sobre a escada ainda apavorá-lo desde aquele dia. Seus pés descalços encostavam nas ásperas e úmidas peças de madeiras que construíam o chão da casa. Em forma de mais segurança, suas mãos passavam pelas paredes recém-pintadas como apoio.

Após chegar ao andar abaixo, olhou em uma pequena estante que possuía uma moldura com uma coloração roxa, seguida de uma foto de um homem. Em sua volta, tinham pequenas velas apagadas recentemente, além de ter lindas pétalas de flores em ambos os seus lados. Na foto, havia um homem de cabelos bem azulados como o mar, sorria alegremente enquanto usava um lindo terno preto que cobria a camiseta branca. Sua gravata azul completava a vestimenta. Abaixo da moldura, estava escrito: "Querido Pai", aparentemente escrito com tipos de arranhões.


Por mais que não tivesse conhecido seu pai, afinal, ele sempre estivera sumido. Desde o dia do seu nascimento, não estava mais presente com seu filho e amada. Lucas não insistia em querer saber mais sobre o "desaparecimento" do pai para não entristecer a mãe. A mesma sempre fora a que sente mais saudades do marido, mas, sempre se mantém firme para fazê-los feliz no lugar do amado.

Tudo que Lucas sabia era que seu pai havia deixado-os por um bom motivo. Seu objetivo sempre foi provar aos outros a existência de Arceus, e com a promessa de que algum dia voltaria para casa. Johanna ainda tinha esperança de que este dia chegaria, porém, evitava pensar no triste assunto.

— Eu cresci, pai. E hoje, irei começar uma jornada Pokémon assim como o senhor fez. Para provar a todos a existência de nossa crença. Esta é uma das poucas vezes que irei vê-lo aqui, agradeço por tudo. — Olhava a imagem do seu pai com um sorriso.

— Lucas! Venha tomar café! — Gritou de onde estava, no caso, a cozinha.

— Estou indo! — Com um leve sorriso, deu um tchau para a moldura do pai, seguindo caminho em direção a mesa repleta de variedades em comida. Impressionado, Lucas estava com água na boca.

— Pode comer, filho. Preparei tudo à você. Se sua irmã estivesse aqui, prepararia mais. — Enquanto falava, estava sentada no sofá enquanto fazia carinho em sua Glameow, no qual, já tivera grandes aventuras em Contest's com sua dona.

— Ela irá voltar logo, mãe. — Sorriu, dando a início a comilança.

Após um tempo se alimentando, Lucas finalizou pegando todos os pratos e indo lavá-los. As vezes, olhava para a mãe que assistia a Tv de forma alegre, talvez devesse estar pensando na chegada da Dawn? Mesmo não querendo admitir, Lucas também sentia uma grande saudade da irmã que ele achava tão chata, porém, que sempre esteve ao lado dele na infância. Terminando de lavar os pratos, olhou para a mãe animado:

— Estou indo ao Lake Verity, sempre bom ver uma vista daquele lago por uma última vez.

— Tudo bem, filho. Tenha cuidado com os Pokémon na grama alta! — Avisou ao mais novo que apenas concordou com a cabeça. Seguindo caminho para fora de casa. 


Saindo de casa, Lucas pôde sentir o doce vento afora. Starly's se estabeleciam por cimas das pequenas e humildes casas residentes em Twinleaf. Pessoas distintas brincavam e treinavam seus Pokémon, compartilhando momentos entre eles. Com um sorriso de satisfação, o jovem seguiu caminho em direção à Rota 201. Antes que pudesse atravessar a "barreira" que determinava o fim de Twinleaf, foi interrompido por um outro garoto. Ao julgar pela aparência, da mesma idade.

Sua vestimenta era composta por uma camisa em 2 cores: Branco e Laranja, em estilo horizontal. Os seus olhos possuíam a coloração alaranjada, tendo um certo brilho de beleza em si. Seu cabelo possuía uma cor amarelada, vindo com um penteado levemente bagunçado, chegando a ser confuso em primeiro olhar. Usava um cachecol verde, juntamente de uma calça cinza. Carregava uma bolsa marrom, que era fechada levemente, o que tinha nela?

— Ei, garoto! Não sabe que não pode sair da cidade sem nenhum Pokémon? Você está se colocando em risco, sabia?! — Repreendeu ele com um estilo meio animado demais. 

— Sim, eu sei. Eu apenas estou indo visitar o Lake Verity, então, obviamente tenho que passar pela Rota 201. Eu posso me cuidar caso algum Pokémon selvagem apareça. 

— Não concordo! Vou ir com você caso algo aconteça. Tenho um Chinchar comigo, qualquer coisa, eu uso ele para nos defender. — Falou com segurança em sua voz, como se soubesse o que fazer.

— Wow! Não sabia que tinha um inicial, pegarei o meu amanhã. Junto com a minha irmã. Por sinal, me chamo Lucas. Prazer.

— Me chamo Barry. Eu consegui meu Chinchar hoje pela manhã quando fui a cidade de Sandgem. O Professor Rowan me deixou escolher entre meus iniciais. Parece que agora só tem um Turtwig e um Piplup. 

— Bom saber! De qualquer forma, é sempre bom ter companhia. Vamos! — Com um gesto de mão, convidou o Barry à acompanhá-lo em direção a grama alta.

— Se eu chegar primeiro e você se atrasar, você receberá uma multa de 10.000! — Apressou os passos ficando em frente ao Lucas guiando-o até o destino, mesmo que o jovem soubesse o local apenas na mente. Com tantos anos em Twinleaf, é impossível não lembrar.

No meio do caminho, Lucas nota algo colorido em meio à uma das milhares de árvores no caminho. Antes que pudesse tocá-la, um Starly foi para cima do mesmo, assustando Lucas. Por uma grande sorte, o Starly não atacou o garoto, apenas queria mantê-lo afastado daquela árvore por algum motivo. Sua expressão de raiva chegava a ser fofa.

— Eu disse para ter cuidado, mas você não me ouviu! — Disse irritado com o Lucas, pelo simples fato de não ter dado ouvidos ao seu aviso.

— Desculpe, sou muito distraído. Temos que ir, ao invés de ficarmos conversando. Daqui a pouco já vai estar de tarde. — Suspirou, seguindo Barry novamente.


Depois de mais uma longa pernada, ambos chegaram ao Lake Verity. Cansados de tanta caminhada, Barry e Lucas se sentaram no gramado próximo ao lago. Eles apreciavam a bela vista do mar cristalizado. Um dos pontos mais marcantes e bem vistos perto de Twinleaf. Tantos momentos que são relembrados quando as pessoas vão à este local.

— Costuma vir muito aqui? — Perguntou Lucas.

— Apenas quero me despedir como uma última vez. Como consegui meu Pokémon inicial, tenho que partir em uma jornada. Mesmo não sendo muito necessário, tenho que aprender a me virar sozinho com o tempo e persistir no meu sonho! — Respondeu animado como sempre.

— Qual é o seu sonho?

— Primeiramente, vencer uma liga Pokémon. Em seguida, conseguir vencer a elite dos 4 e ser bem reconhecido! — Um sorriso de orelha à orelha surgia em seu rosto.

— Eu realmente não sei sobre meu sonho. Apenas pretendo seguir como eu sempre faço, talvez com o tempo eu me decida e saiba o quê eu realmente quero ser. — Disse Lucas desanimado.

— Pretende seguir o mesmo caminho de Contest's, assim como a sua mãe? — Questionou, curioso.

— Não. Eu quero fazer meu próprio caminho. Quem sabe eu até siga ambos os dois caminhos. Nunca se sabe o que nos pode esperar ao decorrer do tempo.

— Quer saber? Até que no final das contas, você é um cara bem interessante, Lucas. Espero que possamos ser grandes amigos. — Sorriu para ele. 

— Por mim tudo bem, haha. — Em seguida, ambos os dois garotos puderam ouvir uma voz feminina. O que era reconhecível para Lucas, passava de longe de parecer ao Barry.


Dawn havia chegado ao local onde eles estavam. Uma simples garota como qualquer uma, obtinha gêmeos. Algo que pouco notara Barry ao decorrer do tempo. A Garota usava uma vestimenta simples semelhante ao longo casaco rosa, ou, até mesmo um vestido. Tinha botas da mesma coloração rosada, e meias que ficavam por debaixo das botas. Também tinha uma linda bolsa branca. Tinha lindos cabelos azulados, quase semelhantes ao de Lucas, afinal, eram irmãos de mesmo sangue.

— Dawn! Você chegou! — Correu para abraçar a irmã que automaticamente retribuiu o abraço.

— Sim, bobinho. A mamãe disse que tinha vindo até aqui, então, resolvi vir fazer uma surpresa antes do esperado. Vejo que já tem uma boa companhia com você.

— Este é o Barry, e Barry esta é a Dawn, minha irmã. — Barry apenas acenou se concentrando na bela vista que iria se formar em sua frente.

— Por que não aproveita para ficar aqui, Dawn? Vamos aproveitar nosso "último" pôr do sol visto em Twinleaf. — Dawn apenas concordou se sentando ao lado dos dois meninos a sua frente. Ambos observaram o sol se pôr, dando início a uma noite longa e fria.




Comentários

  1. Vim para dar vida a seu blog!

    Gostei desse começo calminho e fiquei intrigado com o fato de Cyrus ser pai de Dawn (e Lucas)

    Bem acho que é isso, vou seguir meu caminho aqui até qualquer hora!

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    1. Agradeço que tenha gostado dessa "reviravolta". Resolvi trabalhar bastante com essa teoria na qual gosto tanto. Mesmo sendo um pouco distinta de muitos leitores e poucos não saberem dela, acredito que em algum certo momento do jogo isso seria muito bem possível.

      Além de que provavelmente traria um clima e uma trama totalmente diferente para os Games. O Líder da maior gangue de Sinnoh (Galáctica) ser pai da Dawn/Lucas dependendo de qual personagem escolher. O Problema é que independente de quem escolha no jogo, o outro personagem acaba virando assistente do Professor Rowan nos games, por isso complica demais.

      Gostarei bastante que continuasse lendo e comentando, me alegra muito. Obrigado pela sua atenção, continue acompanhando! <3

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